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terça-feira, 23 de julho de 2013

Crushed #13 - capítulos 26 ao 30




26 - Who Do You Love?

Aria estava parada sozinha no meio do salão do Baile quando Ryan, o fotógrafo, se aproximou e elogiou a decoração. Aria agradeceu e, para se livrar de Ryan, falou que ela apenas sugeriu as ideias e as meninas do Comitê se encarregaram do resto. De repente, Noel a chamou e Aria ficou tensa. Como sempre, ele estava lindo e parecia feliz com a coroa de Rei. Noel se desculpou mais uma vez pela maneira que agiu na casa de Ella. Aria estava neurótica. Quanto mais ela olhava para Noel, mais dúvidas martelavam em sua cabeça. Ele sempre foi um excelente namorado, se propôs a esquecer a história de Olaf e, só naquela noite, disse, pelo menos umas vinte vezes, o quanto gostava dela. Mas qual era a explicação do ingresso do cinema? E os e-mails que ele trocou com Fuji? Por que ele mentiu que não conhecia Tabitha? Será que Noel amava Ali a ponto de fazer qualquer coisa por ela? Será que foi por isso que ele implicou com Graham? Será que ele matou Gayle para que ela não o reconhecesse? Aria estava a ponto de surtar, tanto que Noel perguntou se ela estava bem.

Aria começou a chorar e falou que ainda se sentia mal por Olaf e desabou em lágrimas quando Noel a presenteou com uma joia Tiffany. Ryan voltou e falou que estava na hora de fotografar no cemitério e Aria perguntou por Hanna. Noel disse que a viu saindo do salão com Mike. Noel chamou Aria para pegar uma bebida no bar. Meio perturbada, Aria pediu desculpa, mais uma vez, por Olaf e perguntou se Noel, alguma vez na vida, sentiu alguma coisa por Ali. Dessa vez, foi Noel que começou a chorar e jurou que nunca sentiu nada por ela. Aria pegou sua bebida e ficou pasma ao ver Fuji no meio do salão. Antes que ela pudesse vê-los, ela pegou Noel pelo braço e disse que estava na hora de ir para o cemitério. Com o coração apertado, Aria decidiu que estava na hora de acabar de uma vez por todas com as desconfianças sobre Noel.

27 - The Most Important Syllable

Quase dez minutos depois de receber o aviso de Kelly, Hanna e Mike chegaram na Bill Beach. O estacionamento estava lotado, o que fez Hanna sair do carro em movimento e correr direto para a recepção. Ao entrar na clínica, Hanna parou tudo por causa da roupa do Baile, mas ela nem deu importância. Depois de assinar o livro de visita de qualquer jeito, ela correu para o quarto de Graham. Kyla estava em uma cama do lado de fora e perguntou o que tinha acontecido. Hanna nem respondeu. Ela entrou no quarto e Graham estava deitado na cama rodeado por enfermeiros. Ele tinha uma aparência melhor e todos os aparelhos ligados em seu corpo estavam silenciosos. 

Apesar de Graham ter acordado e sua aparência ter melhorado, Hanna continuava aflita ao lado dele. Ela o chamou e uma enfermeira se virou e perguntou o que ela queria. Nesse momento, Kelly apareceu e explicou que Hanna era voluntária e que estava tudo bem. Os enfermeiros saíram do quarto, deixando Hanna e Kelly a sós com Graham. Kelly contou que ele acordara meia hora atrás e que seus pais estavam a caminho. Quando o alto falante solicitou a presença de Kelly em outro quarto, Hanna ficou nervosa porquê não sabia como proceder com Graham. Kelly a acalmou dizendo que ela poderia falar com ele, mas não deveria tocá-lo.

Depois que Kelly desapareceu no corredor, Hanna se virou para Graham, que se contorcia emitindo uns grunhidos.

"Graham.", Hanna falou baixinho."Você pode me ouvir?"
As pálpebras de Graham vibraram e um sussurro arranhado foi o máximo que ele conseguiu emitir. "S-S-S..." Ele se esforçou para completar a palavra, mas não conseguia. O coração de Hanna batia descontroladamente. Como Graham não conseguiria falar, Hanna colocou um de seus dedos sobre os dedos de uma das mãos dele.

"Aperte uma vez para sim; duas para não, ok? Você estava no navio quando teve a explosão. Você lembra disso?"
Graham apertou uma vez.
"A explosão foi na caldeira do navio. Você estava na sala das caldeiras, conversando com a Aria. Você lembra dela?"
Novamente, Graham apertou o dedo de Hanna uma vez.
"Que bom! Você queria falar uma coisa importante pra ela. Você queria avisá-la que tinha alguém atrás dela?"
Graham contraiu os lábios tentando falar SIM; mas só conseguia pronunciar a letra S.
Hanna continuava com o coração na boca. "Você viu a cara dela?"
Graham contraiu ainda mais os lábios. Dessa vez, ele conseguiu dizer apenas a letra N.
"Não? Você não viu a cara dela, é isso?"
Graham mexia a cabeça de maneira trêmula, como se tentasse dizer não. Então, a ficha de Hanna caiu. "A pessoa não era ELA, mas sim ELE?"
Graham apertou a mão de Hanna uma vez, o que quase a fez desmaiar. "Você sabe o nome dele?"
Graham arregalou os olhos. Suas pupilas dilataram. Seus dentes estavam cerrados, seu maxilar tremia enquanto ele tentava abrir a boca para falar qualquer coisa. Ele se esforçou o máximo que pode, mas não conseguiu emitir nenhum som. Em seguida, exausto, deitou a cabeça no travesseiro.

"Por favor!", Hanna implorou. "Fale o nome dele, por favor!"
Graham se esforçou e soltou a letra N, repetindo-a três vezes.
Hanna se inclinou próxima a boca de Graham, que continuava repetindo a letra N com uma expressão frustrada em seu rosto.
Hanna se aproximou ainda mais da boca de Graham. "N, N, N!", ele continuava repetindo.
"N... você que dizer o quê? Noel?", ela perguntou.
Graham não conseguia emitir nenhum outro som a não ser a letra N. "N, N, N!", insistia ele. Seu queixo começou a tremer. "Se for Noel, aperte minha mão. Aperte uma vez só se for ele!", Hanna implorou.

De repente, antes que Graham pudesse apertar um dedo ou sibilar qualquer coisa, seu pescoço tombou para o lado. Seus olhos começaram a revirar ao mesmo tempo que seu corpo inteiro tremia freneticamente e suas pernas chutavam descontroladamente o ar. Graham começou a ter espasmos e os aparelhos voltaram a fazer barulho, de maneira desordenada. Hanna ficou histérica e foi até a porta do quarto pedir ajuda. O corredor estava vazio e ela levou um susto quando ouviu Kyla dizer que uma enfermeira acabara de passar por ali. Hanna saiu correndo na direção indicada por Kyla, seus saltos estalando no chão do hospital. Hanna gritava por socorro e ficou transtornada ao encontrar o posto de enfermeiros vazio. Ela continuou correndo desorientada pelos corredores até encontrar uma enfermeira, que imediatamente foi para o quarto de Graham.

Hanna deixou a enfermeira entrar no quarto sozinha. Ela temia que a situação de Graham tivesse piorado e não queria vê-lo daquele jeito. No entanto, quando ela espiou pela porta, os aparelhos estavam silenciosos e o corpo de Graham estava imóvel na cama. Sua cabeça estava em uma posição estranha, sem as ataduras, e com a língua para fora. Ela pode ver seu rosto deformado por bolhas de queimadura. Hanna olhou para as mãos de Graham. Todos os aparelhos foram retirados e, através dos furos, jorrava sangue. Os monitores exibiam apenas uma linha plana e pontos de interrogação no lugar da pressão arterial e sanguínea. O quarto foi invadido por um grupo de médicos, que empurraram Hanna para fora - sem sucesso. Ela continuou na porta e ficou pálida quando os médicos rasgaram as ataduras do peito de Graham para começar o processo de reanimação. Assim como o rosto, o peitoral de Graham exibia bolhas de queimadura. Hanna se afastou com medo de vomitar. Os médicos fecharam a cortina em torno da cama de Graham. Mesmo com o uso do desfibrilador, nenhum som foi emitido nos aparelhos. Kyla continuava deitada na cama no corredor e, embora Hanna conseguisse ver apenas seus olhos, sua expressão também era de espanto.

A cortina se abriu e Kelly foi a primeira a sair, com manchas de sangue no rosto. Hanna se aproximou. "Ele...", ela tentou perguntar, sem coragem de dizer a palavra em voz alta. Kelly não respondeu; para ela, também era impensável dizer o que tinha acabado de acontecer em voz alta. Mas nem precisava; a expressão desamparada em seu rosto respondia tudo. Graham, que há poucos minutos quase revelara quem estava atrás de Aria e poderia saber quem era -A, estava morto.

28 - Seek, And Ye Shall Find

Enquanto Hanna presenciava a morte de Graham, Emily entrava no Four Seasons com o vestido que comprou no King James. Iris estava ao seu lado, com o vestido de seda rosa que Emily usou na última Foxy. Emily ficou impressionada com a decoração baseada no quadro de Van G.; tudo era tão perfeito que ela se sentia em um dos quadros do pintor.

De repente, Iris a cutucou e mostrou a coroa da Rainha do Baile. Emily perguntou se ela pegou a coroa de Hanna e Iris respondeu que não, apontando para Chassey. Iris também estava com o cetro. Emily achou estranho a coroa estar com Chassey e Hanna e Mike não estarem no salão. Ela mandou Iris devolver a coroa, mas ela se negou. Em vez disso, Iris ajeitou a coroa em sua cabeça, levantou o cetro e foi para o meio da pista da dança. 

Iris puxou Emily e falou que todas as meninas deveriam sentir como era ser a Rainha do Baile, afinal, "todas sonham com isso desde pequenas." Emily não achou muito graça até Iris começar a dançar e os alunos se reunirem em volta dela. Algumas pessoas começaram a aplaudir Iris, que explodia de felicidade. A pista parou em torno dela. Quando a música acabou, Iris passou a coroa para Emily, que tentou resistir. Ela nunca quis ser Rainha, mas adorou a sensação trazida pela coroa. Conforme a música ficava mais animada, Em se soltou e começou a dançar. Mais pessoas se aproximaram da roda e alguns dançarinos ficaram atrás de Emily, que ficou tão empolgada que encenou uma coreografia que sua turma havia dançado no sétimo ano. Para sua surpresa, as pessoas também se lembravam da dança e entraram na onda de Em. Iris pulava e aplaudia Emily. Quando a música terminou, Em passou a coroa para Kristen, que foi jogada para o alto pelos meninos do futebol.

Emily e Iris se afastaram da roda. Emily elogiou a ideia do rodízio da coroa e disse para Iris que estava muito feliz por ela ter ido ao Baile com ela. Iris também revelou que adorou a companhia de Emily ao mesmo tempo em que seu olhos ficaram tristes. Aquela era a última noite de Iris fora da Preserve. Ela pediu que um táxi fosse buscá-la no Four Seasons para que ela voltasse para a clínica com o vestido do Baile e provasse que estava se recuperando. Iris estava determinada a fazer tudo da maneira correta para ter alta e perguntou se Emily realmente iria visitá-la. Em disse que claro que iria, assim como a levaria para fazer compras, desde que ela não roubasse nada. Iris concordou. Em seguida, ela olhou para um enorme relógio de parede e avisou Em que eram quase dez horas; horário que Jordan havia prometido uma surpresa para Emily durante o Baile.

Emily analisou o salão à procura de qualquer coisa que pudesse ser a surpresa de Jordan. Enquanto analisava todos os objetos, ela lembrou do segundo dia no cruzeiro, quando contou para Jordan que lia todos os dias o horóscopo. Emily olhou para a pista de dança, que estava abarrotada de pessoas dançando Conga. Ela aproveitou que a pista estava lotada e foi até a cartomante, que provavelmente estaria sem fila. Em analisou a tenda e, minutos depois, sentou-se diante da cartomante, uma mulher velha e descabelada. A cartomante encarou Emily por uns segundos até abrir um sorriso e pegar sua mão. Ela elogiou as mãos de Emily e começou a ler as linhas. A velha-grisalha-descabelada falou que Emily era uma menina forte, que teve vários amores mas nunca iria se casar. Emily ficou irritada; nada do que ela ouviu era novidade. Apesar do descaso da cartomante, Emily perguntou se era só aquilo que ela tinha para falar. A velha disse que sim e pegou um carimbo, esfregando-o nas costas das mãos de Emily. A cartomante explicou que o carimbo era uma marca de que Emily já se consultou e avisou que os desenhos do carimbo nunca se repetiam. Emily se levantou, perguntando pela última vez se a velha não tinha mais nada para falar. Ela queria ouvir qualquer coisa sobre Jordan. Diante da negativa, Em foi atrás de Iris, que estava dançando Conga.

Emily cutucou Iris, que perguntou o que era aquele desenho na mão dela. Emily murmurou baixinho que era uma marca que não se repetia e, sem querer, posicionou a mão diante da luz estroboscópica. Emily viu o desenho de um selo, como de uma carta, carimbado em sua mão com as iniciais JR. Em volta das iniciais, estava escrita a palavra Bonaire. Em olhou no relógio, que marcava 21:53h, se perguntando o que era Bonaire. Após um sobressalto, Em lembrou que estava com seu celular antigo e que o hall do hotel tinha wi-fi. Ela foi correndo para o hall e, para sua sorte, a conexão estava ótima. Ela digitou Bonaire no site de pesquisa e descobriu se tratar de uma cidade famosa pela pratica de mergulho em seu mar cristalino. Ela entrou em um site sobre a cidade e começou a ver fotos do local. As primeiras fotos mostravam o mar azul-cristal e as pessoas mergulhando. Em seguida, as fotos mostravam as ruas do comércio da cidade. De repente, a foto de um cinema piscou na tela. Emily quase deixou o celular espatifar no chão quando, em vez de ver a palavra cinema escrita na marquise do prédio, estava escrito EU TE AMO EMILY. A imagem piscou mais seis vezes e, às 22:01h, desapareceu. Emily suspirou eu também te amo Jordan; aquela fora a coisa mais romântica que alguém fez por ela. Os pensamentos românticos de Emily foram interrompidos quando ela ouviu uma voz feminina a chamando. Era Fuji. Emily estremeceu. Fuji se aproximou e falou que recebeu uma denúncia de que Emily estava com uma obra de arte roubada escondida em sua casa. Emily falou que aquilo era um absurdo e que sequer tinha quadros em casa. Fuji, então, perguntou se ela conhecia alguém que pudesse ter obras em casa e Em disse que não. Fuji ameaçou Emily ao dizer que era melhor ela não estar mentindo e Emily retrucou dizendo que ela precisava de um mandato para entrar em sua casa. Fuji virou as costas, pegou seu telefone e saiu do hall. Emily ficou histérica, pegou o novo celular e ligou para as meninas, esgoelando sem parar isso não, a senha que elas combinaram para casos de emergência. Mas nenhuma delas atendeu. Iris apareceu e perguntou se Em estava bem e se Jordan tinha feito a surpresa, mas antes que ela pudesse responder, Iris deu um grito quando viu uma foto do outro lado do salão.

Era uma foto do Rei e da Rainha do Baile. Iris reconheceu Noel como o menino que visitava Ali na Preserve. Emily ficou incrédula ao analisar a foto. Além de conhecer muito bem aquele rosto, ela reconheceu o relógio dourado que aparecia no braço masculino nas fotos com Ali. "Você jura que o menino é Noel Kahn?", Emily perguntou para Iris, que respondeu: juro pela minha vida.

29 - Before It´s Too Late

Demorou quinze minutos para Spencer encontrar um táxi depois que se jogou da limousine. Por sorte, ela tinha um pouco de dinheiro e estava com seu cartão de crédito. Enquanto o táxi seguia rumo ao Baile, ela ligou freneticamente para as meninas, mas nenhuma delas atendeu. Para seu espanto, o celular novo estava lotado de mensagens de voz; mais uma prova de que Chase era -A. Segundo Spencer, ele se aproveitou de algum momento de distração dela e xeretou suas coisas.

Ela precisava contar para as meninas. Depois que desceu do táxi, Spencer quase morreu quando reconheceu Fuji dentro de um carro. Ela podia ver que a policial não estava sozinha, mas não conseguiu identificar as pessoas que estavam no carro. Spencer temeu que fossem as meninas e, após se esconder de Fuji, entrou no salão.

Assim que encontrou uma menina da decoração, ela perguntou por Aria. A garota falou que Aria nem deu as caras no Baile e nunca deveria ter sido presidente do Comitê. Outra pessoa criticou Aria, mas Spencer nem deu ouvidos e continuou andando pelo salão. Ela viu várias pessoas conhecidas até Emily pular na sua frente, querendo saber onde ela estava. Spencer desconversou e Emily contou que Iris reconheceu Noel como o namorado de Ali. Nessa hora, Hanna apareceu e contou sobre Graham. Ela explicou que ele não conseguia falar, mas confirmou que estava na cola de Aria para avisá-la que uma pessoa estava atrás dela. As meninas perguntaram se era Noel e Hanna respondeu que Graham só conseguia dizer N. Emily e Spencer se chocaram quando Hanna contou que Graham morreu. Spencer ficou um pouco aliviada; se Noel era -A, ela estava errada quanto a Chase. Mesmo assim, ela não falou dele para as meninas. Hanna sugeriu que elas fossem à delegacia denunciar Noel e Emily contou que Fuji já sabia que Aria estava com o quadro de Van G. escondido na sua casa. 

Certas de que Noel era -A, as três começaram a procurar por Aria quando uma menina se aproximou de Hanna, celebrando a ideia da coroa. O mesmo fez Ryan, o fotógrafo. Apesar de nem saber o que tinha acontecido, Hanna agradeceu. Em seguida, Ryan falou mal de Aria e comentou que ela nem se deu ao trabalho de tirar foto com Noel. Ele também achou que Aria estava junto com Hanna, que avisou que nem participou das fotos. Ryan ficou confuso, assim como as meninas, e todos se perguntaram onde estavam Aria e Noel. Ryan, então, lembrou das fotos no cemitério.

As meninas gelaram: Aria estava sozinha com Noel no cemitério. Sozinha com o cúmplice de Ali. Spencer perguntou se Hanna sabia onde era o cemitério e ela respondeu que ficava a dez minutos do hotel. Sem pensar, as três saíram apressadas, rezando para não chegarem tarde demais.

30 - Digging His Own Grave

O cemitério Rittenhouse era cercado por edifícios altos, que o faziam parecer uma floresta no meio do nada. Entre lápides centenárias, a névoa deixava o ambiente ainda mais mórbido ao encobrir as videiras e as estátuas. Quando Noel e Aria abriram o portão, o rangido das dobradiças ecoou pela escuridão. Aria foi andando na frente, passando os dedos pela névoa que encobria os túmulos. Noel seguia atrás e logo perguntou o que Aria tinha de tão importante para falar. Antes de começar a falar, Aria pensou durante alguns segundos se o cemitério era realmente um lugar seguro para aquela conversa. E se -A estivesse por ali? Ela observou o lugar mais uma vez e decidiu que o cemitério era seguro o suficiente.

"Você sabe que eu te amo, né?", ela começou.
"Eu espero que sim. Você está agindo de forma tão estranha."
"Tenho agido sim.", ela tomou fôlego para continuar. "Eu estou estranha porquê estou escondendo umas coisas de você.", ela continuou sem ter coragem de olhar nos olhos de Noel. "São coisas sérias e graves, por isso eu não contei. Não quero que nada de ruim aconteça com você."
Noel tocou o queixo de Aria para ela olhar para ele. "Nós já não combinamos que não teríamos mais segredos? Você pode falar tudo pra mim, qualquer coisa. Não interessa se é ruim e não me importa se vou correr perigo.", disse Noel, se afastando. "Você está em perigo?"

Aria começou a responder mas foi interrompida com a chegada de três mensagens. A de Spencer dizia (com todas as letras maiúsculas): AFASTA-SE DE NOEL. ELE ERA O NAMORADO SECRETO DE ALI. TEMOS PROVAS! Em seguida, chegou a de Emily: Noel visitou Ali na Preserve. Iris tem certeza absoluta. A última foi de Hanna: Graham disse que era Noel que estava te perseguindo no navio!

O queixo de Aria caiu: aquilo não estava acontecendo. Não podia ser. Tinha que haver uma explicação.

"Aria?", Noel chamou. Quando ela levantou a cabeça, Noel a encarava por cima. Será que ele leu as mensagens? Ela prendeu a respiração para fingir que estava tudo bem. 

Ela se afastou, correndo em direção a uma lápide. Noel ficou onde estava, com as mãos cruzadas sobre o peito, sorrindo de maneira estranha. Aria fechou os olhos; por mais que ela quisesse que tudo aquilo fosse um enorme equívoco, dos mais sem fundamento possível, sua cabeça parecia uma panela de pressão. Realmente, muita coisa precisava de explicação. Ela engoliu um seco e encarou Noel, que continuava na mesma posição.

"Você lembra daquela vez que a gente se encontrou na sessão espírita?", ela perguntou.
"O que você acha? Claro que lembro, foi lá que você começou a se interessar por mim."
"Você lembra que eu fiquei presa no banheiro? Fiquei no escuro, apagaram as luzes, acho que algum idiota queria me assustar."
Noel concordou com a cabeça.
"Quando a luz voltou, eu vi um daqueles cartazes do sumiço da Ali. No começo, eu achei que foi ela quem pregou ali, de propósito, pra me assustar. Mas depois percebi que foi outra pessoa."
"Sei lá, talvez aquele lugar seja mal assombrado.", Noel comentou enquanto cheirava um buquê de flores sobre um túmulo. 
"E você foi fazer o que lá?", Aria inquiriu.
Noel se endireitou. "Já não falei que foi por causa do meu irmão?"
"Mas precisava ser justamente aquela sessão? Você sabia que eu estaria lá? Você estava me seguindo?"
"E se estivesse, o quê que tem?", Noel deu de ombros, encarando Aria.

Ela também o encarou mas ficou em silêncio. "Importa porquê foi lá que eu me apaixonei por você e preciso saber se nosso amor é de verdade.", ela queria responder. Mas tudo que passava por sua cabeça eram as mensagens que acabara de ler. E o recado no ingresso de cinema - obrigado por me ajudar. Claro, Noel se aproximou de Aria a mando de Ali. Esse era o motivo do agradecimento.

Noel encostou em uma lápide e quebrou o silêncio. "O que isso tem a ver com o que você tinha para me falar? Que você desconfia de mim?"
"Meio que é isso sim."
Noel se aproximou de Aria e a tocou no braço. Ela se conteve e não recuou. "Seja lá o que você tem pra falar, fala logo. Eu te amo tanto, eu posso superar."

Ao escutar eu te amo, Aria lembrou de uma noite na Islândia, quando Noel, depois de beber umas a mais, sussurrou no seu ouvido EU TE AMO A... Aria tentou fingir que escutou errado, mas ela sabia muito bem que não foi seu nome que Noel sussurrou. Foi o nome de Alison. A lembrança fez Aria encarar Noel friamente. Naquele momento, ele parecia um estranho. Era tudo tão óbvio. Noel era apaixonado por Ali. E ficou com ela enquanto estava com Aria. Lentamente, ela desabotoou a pulseira e deixou cair no chão.

Sem entender nada, Noel franziu a testa exigindo uma explicação. 

"Você ama Alison DiLaurentis?", finalmente Aria perguntou.
Noel ficou pasmo. '"O quê?"
"Você foi visitá-la na Preserve depois que ela matou Courtney, não foi?"
Noel deu um tapa na parte plana da lápide. "E o quê que tem?"
Aria começou a chorar. "Como o quê que tem? Você sabia que ela matou a Courtney? Durante quanto tempo você visitou ela? Desde quando você é apaixonado por ela?"
"Todo mundo estava se lixando pra ela.", respondeu Noel entredentes. "Eu fiquei com pena dela, quando todo mundo começou a falar que ela era louca. E claro que eu não sabia que ela matou a irmã."

Aria foi tomada por um misto de raiva e medo. Tudo aquilo era tão insano. Depois que Noel assumiu que foi na Preserve, ela entendeu o recado no ingresso de outra forma. Ali agradeceu Noel por acreditar que ela era normal, para que tivesse alguém do seu lado. "Assuma de uma vez por todas que você foi na Preserve porquê a amava e não porquê tinha dó dela."

Noel apenas piscou, sem confirmar ou negar. 

"E você sabe que ela está viva, não sabe? Você conhecia Tabitha antes da Jamaica e por isso implicava com Graham, com medo que ele te reconhecesse ou falasse qualquer coisa sobre você e Ali."

Noel soltou um grunhido. "Sim, eu já conhecia Tabitha, mas foi há muito tempo. Ela me pareceu familiar na Jamaica e nos jornais, mas eu...".

"E você está ajudando Ali!", Aria o interrompeu. "Você só ficou comigo para facilitar as coisas pra ela. Foi assim no médium, na Jamaica, em Poconos e agora nessa sessão de fotos!"

Noel abriu a boca, sem emitir nenhum som, estendeu os braços e foi em direção a Aria.

Ela se afastou. "Você é a pessoa que estamos procurando esse tempo todo. Você que azucrinou Em, Spencer e Hanna com o que elas aprontaram no verão e agora está fazendo o mesmo comigo, além de tentar nos fazer pagar por um crime que você cometeu, que foi Tabitha. O que mais você falou pra Fuji? Contou sobre Tabitha? O quadro? Claro, você contou tudo, afinal, você é -A!"

Noel tentou se aproximar de Aria, mas ela se afastou ainda mais. Aria analisou o cemitério procurando uma saída; mas a única saída era o portão, por onde eles entraram. Ela tentou correr, mas Noel a segurou e os dois caíram na grama. Noel ficou por cima de Aria e a prendeu entre as pernas, implorando para ela escutá-lo. Aria esperneava e se debatia enquanto uma avalanche de lembranças inundavam sua cabeça. Ela lembrou dos melhores momentos do namoro e explodia em ódio com cada detalhe. Noel nunca quis estar com ela; ele queria Ali.

Aria estava histérica e berrava. "Onde está aquela vagabunda? Eu vou matar ela!"
"Eu não sei o que você está falando.", disse Noel.
"Sabe sim. Diga de uma vez por todas que você a ama e assuma que sabe onde aquela vagabunda está!"

Noel ficou em silêncio e balançou a cabeça. "Eu a amava."
"E ela está viva?", questionou Aria.
Noel parecia aflito, sem entender a insistência de Aria em afirmar que Ali não morreu.
"Ela está viva?", Aria esgoelou.
"Não sei.", Noel respondeu baixinho, de uma maneira não muito convincente.

Após Noel assumir que amava Ali, uma onda de ódio possuiu Aria. Ela conseguiu se livrar dos braços de Noel e o chutou, saindo correndo e tropeçando nas lápides, por conta do vestido do Baile. Noel estava atrás dela - era possível sentir sua respiração - implorando para ela escutá-lo, que ele poderia explicar tudo. Aria continuava correndo desesperada e berrando que nunca mais queria escutar uma só palavra de Noel, que conseguiu agarrá-la pela cintura. Novamente, os dois estavam deitados na grama.

"Pare de agir como uma louca para eu conseguir me explicar.', Noel implorava.
"Eu te odeio!", Aria retrucava. Noel parecia descontrolado. Aria não tinha forças para se livrar do peso dele. Ela sentia seus pulmões sendo esmagados. Como aquilo estava acontecendo? O menino que ela amava e que ela pensou que a amasse era, na verdade, seu futuro assassino.

De repente, Noel soltou um grito agudo de dor e caiu para o lado. Aria viu uns vultos e logo reconheceu Spencer, Hanna e Emily. Noel se afastou e encostou em uma lápide; sua cabeça sangrava. Spencer o acertou com o cetro da Rainha. Aria não parava de chorar e pedir perdão para as meninas por ter escondido coisas que sabia sobre Noel. Ela não conseguia aceitar que ele era -A, assim como nenhuma das meninas. Aria olhou para a lápide em que Noel se escondeu mas ele não estava mais lá; havia desaparecido na escuridão. Ela se levantou e Emily a consolou dizendo que ela teve sorte de Noel não tê-la machucado. Aria não respondeu. Noel não a machucou fisicamente; mas ele despedaçou seu coração.

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