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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Diário de Ali - Parte III

Ouvi um sussurro. Uma das garotas tossiu. "Está tudo bem!" eu disse em voz alta. "Mas se vocês vieram por causa da minha bandeira, está um pouco tarde. Alguém já roubou e eu não sei quem foi." eu disse a elas. Claro que isso era mentira. Jason havia pego a bandeira da minha mão há pouco tempo. "Já chega!" disse ele com aquele tom de voz irritante e dramático sem me dar chance de pará-lo. Mas eu não queria contar isso as garotas, porque aí eu teria que começar um outro assunto e tudo ficaria uma bagunça. Era melhor eu fingir que não sabia de nada. 

As garotas começaram a me rodear e a me observar como se eu fosse feita de cristal Swaroviski. Seus sorrisos estavam nervosos e iluminados, mas elas arrumaram os cabelos e relaxaram os ombros para fingir que estavam descontraídas. Elas fizeram mais perguntas sobre a bandeira e eu inventei mais coisas, dizendo que ela estava em minhas mãos e, um minuto depois,  não estava mais. Eu também contei a elas como eu enfeitei a bandeira e como eu estava com ódio de quem havia pego. Mas nessa parte eu não menti: foi Jason que pegou e eu estava com raiva dele por essas e outras razões.

De repente minha mãe apareceu na porta dos fundos. Ela havia mudado de roupa: deixou o hobby e os chinelos de ficar em casa para usar saia e salto alto. Seus olhos cerraram em direção a mim. Todo o meu corpo tremeu. "Ali?"

As quatro meninas olharam para ela e eu também. Elas acenaram. "Então, nós estamos indo agora, ok?".

Eu respondi "tudo bem", dei um sorrisinho mas sem me mover eu disse tchau!. 

Minha mãe continuou olhando como se tivesse algo a dizer. Vá logo, eu estou me matando pra não começar a gritar. Ela estava esperando que eu entrasse e fosse me despedir de um jeito mais fraternal? Só podia ser isso!

As garotas se amontoaram atrás de mim.

Finalmente, minha mãe se virou e trancou a porta de vidro. As garotas começaram a falar de novo e a repetirem os nomes delas. A Mechas-Pink era Aria - ela tinha que ter um nome meio doido que nem esse. A bochechuda era Hanna. A cabelo cor de morango era Emily. Eu fingia ter memorizado mas não estava prestando muita atenção. Meu olhar continuava fixo para dentro da minha casa. As luzes do quarto do andar de cima se apagaram. Eu ouvi um sussurro e a porta do carro se fechou. Então, o Mercedez champanhe da minha mãe despontou na garagem. As janelas estavam fechadas mas eu pude ver meus pais nos bancos da frente, sérios e soluçando. Eles abriram a caixa de correios e aceleraram o carro. 

Eu suspirei aliviada. Finalmente.

Eu me virei para as garotas e percebi que não precisava mais delas, que não precisava mais estar com elas. Eu sou Alison Dilaurentis. Eu posso fazer o que eu quiser!


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